quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tamo junto!! Vamo junto?!


Único, uníssono, unido, uniforme, unigênito, união, unidade.

Se as palavras acima forem lidas, ouvidas sem a atenção necessária, podem ser entendidas como sinônimos. Posso até estar exagerando mas, quero mesmo é chamar a sua atenção para duas delas a saber; união e unidade.

Agora que, creio ter captado a sua atenção, vamos ao ponto.

Nos últimos tempos frases como “nós temos que estar unidos”, “vamos manter a união”, “temos que ter um discurso uniforme” e similares a estas, tem sido pronunciadas com certa frequência em muitos lugares, encontros e, inclusive, em igrejas.
Parece até um contrassenso mas, tendo a crer que é exatamente nas igrejas que frases assim têm sido mais pronunciadas e com mais vigor do que em muitas organizações, como se fossem expressões mágicas que restauram as coisas aos seus devidos lugares.

Que pena!! Não é assim que funciona. E nós, eu e você, sabemos disso.

Quando crianças, não paramos para pensar nessa questão união/unidade pois, estamos todos juntos, somos levados juntos e cuidados juntos pra toda parte. Nos parece algo bem natural estarmos juntos com alguém mais velho a nos dizer o que fazer. Estamos em união. Não há muito que fazer ou dizer além das ordens de nossos “tios” e “tias”.

Na adolescência continuamos juntos, sentamos todos no mesmo banco, andamos literalmente em “bando”; contudo, na maior parte das vezes agora estamos em dois grupos diferentes, isto é, meninas de um lado e meninos do outro. Todos com a “cara azul”, especialmente na hora do culto por conta dos torpedos que enviamos e recebemos. Somos uniformes, vestimos as mesmas roupas, ouvimos os mesmos músicos, curtimos os mesmos lugares.

A juventude nos chega e nos permite descobrir que, embora tenhamos muita gente em volta de nós que faz e pensa igual a nós, 100% das vezes, ainda assim encontramos desavenças . Continuamos a nos relacionar com elas mas, desenvolvemos nosso próprio estilo, linguagem e afirmamos nossas opções . Conseguimos manter nossa identidade sem contudo, deixar de nos relacionar com outros que podem até ser “diferentes”. Convivemos em unidade.

Sendo jovens seguidores de Jesus o Cristo, fico a pensar : “como seria da hora se entendêssemos que não nos é requerido ter um comportamento de criança, quando precisamos de tutela, ou de adolescente, quando ainda estamos a buscar nosso lugar na história e assumíssemos nossas diferenças, porque já constatamos que somos diferentes, e aprendêssemos a nos basear em princípios de vida para nortear nossas decisões e ações!”

Não tenho dúvidas de que ocorreria em nossas igrejas uma verdadeira reengenharia em todas as áreas. Uma vez que, já nos foi dito que nossa tarefa a respeito da unidade não é criá-la, mas sim, conservá-la. Veja: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.3 (NVI)

É isso!! Temos princípios que nos distinguem e que nos norteiam. Me recordo de pelo menos estes a seguir: 1 – A aceitação da Bíblia como única regra de fé e prática. 2 – A Igreja sendo uma comunidade local, democrática e autônoma, formada por pessoas regeneradas e biblicamente batizadas. 3 – A separação entre Igreja e Estado. 4 – A absoluta liberdade de consciência. 5 – A responsabilidade individual diante de Deus. 6 – A autenticidade e apostolicidade das Igrejas. Esses princípios não ferem as Escrituras e nos dão uma referência segura para a jornada que nos está proposta.

Somos indivíduos diferentes e é aí que reside a nossa maior força. Sobre a unidade que já nos foi dada pelo Espírito nos compete preservá-la com toda a nossa diversidade baseada em princípios das Escrituras, para mostrar aos de fora o que significa ser parte da família do povo de Deus.

Por essa razão devemos celebrar e nos relembrar, não para criarmos nada, somente para preservarmos o que já existe.

Soli Deo Gloria

Zé Libério
Pastor da Toca – Comunidade Cristã
http://www.comunadatoca.org/
liberio@tocadoestudante.org

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